Com as taxas de juros em alta, empreendedores que precisam de crédito para investir no seu negócio devem pensar muito bem antes de pedir um empréstimo. Com o aumento da taxa básica de juros para segurar a inflação, por parte do Banco Central (BC), a economia brasileira deve passar por desafios em 2023, com mais dificuldades para o empresariado conseguir crédito ou quitar parcelas de empréstimos, principalmente para os pequenos negócios.
A taxa de juros no país é uma referência quantitativa para a definição de quanto será cobrado para o uso de capital de terceiros. Isto é, ela é base para calcular qual será o custo para uma empresa buscar recursos no mercado.
Vale reforçar que a taxa de juros não tem valor referencial fixo. O percentual é definido de acordo com uma série de fatores, como índices de inflação, nível de atividade econômica e confiança do consumidor na economia. Normalmente, quanto mais negativo estiver o cenário vigente, maiores costumam ser os juros praticados em função do aumento do risco de crédito.
E além da taxa de juros, na hora de buscar por crédito, é preciso levar em conta a composição do Custo Efetivo Total do empréstimo, que considera todos os encargos incidentes em uma operação de crédito.
No Brasil, a principal referência é a Selic, uma taxa básica de juros definida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Um levantamento feito pelo Sebrae, com base em dados do Banco Central, mostra que em março de 2021 a taxa Selic era de 2% ao ano. Já em dezembro de 2021, a taxa estava em 9,25%. E desde agosto de 2022, a taxa Selic está sendo mantida em 13,75%, sem previsão de redução nos próximos meses, segundo especialistas.
A taxa Selic é uma ferramenta de política monetária do governo que está diretamente relacionada a outro indicador econômico, que é a inflação. Portanto, a tendência é que a Selic sempre tenha ciclos alternados de alta ou baixa, sendo que o aumento da taxa de juros tende a ser negativo para o ambiente empresarial. Isso porque o custo de capital fica maior, tornando o endividamento mais caro. Também existe uma redução natural do consumo.
Dessa forma, durante o ciclo de alta da Selic, é comum verificar uma queda nas vendas e no faturamento das empresas. Por isso a elevação das taxas de juros deixa a situação econômica desafiadora para os empresários. Nesse período, é comum perceber um aumento do endividamento, redução nas receitas e elevação da concorrência de preços.
A elevação da taxa Selic torna mais escassos e restritos os recursos para operações de crédito para empreendedores e para as empresas em geral. E por serem mais arriscadas, as operações nesses casos geralmente têm taxas de juros ainda maiores do que a Selic, aumentando assim os riscos de inadimplência.
A dica dos especialistas para honrar o pagamento dos empréstimos é não deixar o valor das parcelas passar de 25% do lucro líquido da empresa. Outra dica é pesquisar com atenção as taxas de juros praticas pelas instituições financeiras. Contratar linhas de créditos com juros menores pode ser uma forma de reduzir a dívida e garantir o pagamento em dia.
O empreendedor precisa ter ganhos que compensem as taxas de juros. Os empresários também devem evitar usar crédito pessoal para investir na empresa. Afinal, os empréstimos para pessoas físicas têm as taxas de juros mais altas do mercado.
Para evitar problemas, é importante criar um fluxo de caixa e registrar em planilhas os lucros e despesas do negócio, garantindo planejamento e controle financeiro.
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